Tutorial: como se tornar um aluno melhor? (parte 5)

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Tirei 6,8 em Introdução a Quimiometria e obtive 7,1 no último teste de Inorgânica Experimental I, quando a média de ambas as notas girou em torno de 8,5.

Você deve estar se perguntando: como esse cara tem coragem de falar abertamente, para milhares de leitores mensais, que tirou notas vergonhosas e ainda administra um site voltado a química?

Acreditem ou não, sinto prazer em aceitar meus erros. Isso faz parte do melhoramento pessoal. Não é falsa humildade nem conformismo, mas maturidade, o suficiente para reavaliar as próprias atitudes na esperança de, em um futuro próximo, aprender com elas. Obviamente nada há de legal em notas abaixo da média, mas e daí? E daí? E DAÍ?

Muita gente sofre ao se comparar com os outros. É um erro terrível imaginar-se inferior aos demais pois, com esse pensamento, você acredita estar dentro de uma competição, onde o que vale é ganhar mais pontos. A vida pouco se importará com eles. Novamente, pergunto: e daí? Será que vale realmente a pena tanto martírio ao se achar um lixo perante os outros? Tudo bem, talvez você, ainda no ensino médio, possa se espantar com uma nota vermelha e quase ter um treco ao visualizar, mentalmente, o “sermão” de sua mãe te dando lição de moral e depois lhe castigando com chineladas, pontapés, surras, socos na boca do estômago, facadas, tiros de metralhadora e o pior, a retirada do videogame.

Pelo que vocês leram acima, parece que me sinto alegre ao falar em público de minhas notas ruins e ainda por cima as desvalorizar. Bingo, você acertou, e não estou louco! De fato, manter uma média boa ou, no caso dos universitários, um CR mediano torna-se um dever. E não deixa de ser. Porém, o foco deve sempre estar no aprendizado, afinal de contas, daqui a anos, o que lhe servirá serão as informações agregadas no presente, e esse é o objeto de ênfase na quinta parte deste tutorial.

Çou burru? De modo algum. As notas não podem definir quem nós somos, ou seja, elas são ineficazes quando no intuito de, grosso modo, te classificar como inteligente ou debilóide. Claro, se vem tirando notas menores que 5,0 então há algo de errado aí, mas estudando você não está. Eis a mais óbvia razão do fracasso. Gafanhoto, se você não sentar a bundinha na cadeirinha toda tardezinha após a escolinha para revisar o que aprendeu no dia e fazer as tarefas do lar, não há outra consequência senão aquela que já conhece.

Às vezes pode acontecer de você ter certo domínio sobre uma matéria mas, na hora do exame, bater um nervosismo e não conseguir se sair bem. Caso isso persista, procure se abrir para seus pais e, quem sabe, conversar com um psicólogo para, juntos, encontrar os reais motivos de seus problemas que, na realidade, podem não ser sua culpa, tendo origem em fatores patológicos.

Entretanto, no caso de preguiça deliberada, poderia inventar mil motivos para justificar o mau desempenho em avaliações:

– Não tive tempo para estudar…

– A matéria era muito difícil e chata…

– Um parente adoeceu…

– Fui “obrigado” a ir a um show um dia antes da avaliação…

– E eticéteras tolas.

 Como já notaram, essa não cola mais. Desculpas esfarrapadas irão para o lixo daqui em diante. Ora, vocês provavelmente estão pensando “o que é que esse cara tá dizendo? ele tirou notas baixas e se acha o bonzão” e ainda perguntando a si mesmos “qual é a desculpa dele?”

Não há desculpa. Fiz as provas, vieram as notas e pronto. Normal. Elas indicam o quanto de informação armazeno sobre o conteúdo e também minha capacidade em lidar com estes na busca pela solução de problemas. Pode ser que eu não tenha estudado o bastante para elas (real motivo), logo são essas as matérias que necessitam maior atenção.

Um 7,0 é o mesmo que “rapaz, você ficou na média mas precisa estudar“, enquanto um 5,0 significa “meu filho, que tristeza de nota! Trate já de se interessar mais nas aulas ou, se for o caso, controlar seu nervosismo na hora da prova” e um 9,5 quer dizer “show de bola, menino, você conhece mesmo essa disciplina! Continue estudando normalmente e não perca a concentração”.

Não somos perfeitos. Embora não seja uma justificativa para as falhas, temos de aceitá-las como naturais pois assim elas são. Estudar pouco, preguiça, procrastinação e falta de auto controle podem ser as causas de baixo aproveitamento escolar/universitário, isso para quem é cara de pau e não se esforça nem um pouco. Agora, se estudamos e de fato há empenho e, ainda assim, uma ou outra má nota, talvez a metodologia é que se encontra equivocada. Nesta última situação, a qual observei em muitos colegas no decorrer da vida, vale a pena achar um novo meio de aprender, pedir ajuda para quem está mais a frente na disciplina em questão e, como dito em outros artigos do site, jamais ter vergonha de tirar dúvidas em sala durante ou após as aulas.

Lembrem-se sempre: estudar para aprender, nunca para aparecer!

Sobre Davidson Lima

Engenheiro que faz uns barulhos, uns rabiscos, uns códigos, umas danças estranhas e que imita o Bob Esponja.
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